Cobranças e Expectativas
Pessoal

Cobranças e Expectativas

Ser exigente e perfeccionista não torna a minha vida muito fácil. Pelo contrário, tudo fica mais complicado. É como correr uma maratona e tropeçar em cada esquina do percurso, nunca chegando ileso na reta final. O caminho é árduo, longo e turbulento. As mais simples tarefas podem se tornar pesadelos e você nunca está satisfeito com o resultado final. Em resumo, é um estilo de vida cansativo. Muito cansativo.

Aos meus olhos, tudo tem que ser feito metodicamente, com precisão cirúrgica, e o desfecho precisa ser impecável. Quando eu não consigo alcançar esse nível de excelência, a culpa e a frustração tomam conta de mim. Eu poderia ter sido melhor, eu poderia ter feito diferente. Porém, algumas coisas não podem ser recuperadas ou consertadas — mesmo que fosse possível voltar no tempo para tentar uma segunda vez. Como esperado, são essas as coisas que me colocam para baixo e me fazem questionar minhas atitudes.

Cobranças e Expectativas

Para mim, é um processo contínuo e com grandes chances de desastre. Eu sonho alto, traço milhares de metas e só paro de correr quando a missão é cumprida. Eu me sinto como se eu estivesse continuamente me desafiando a vencer obstáculos maiores, mesmo quando ninguém se importa com isso. Ninguém mais além de mim, eu quero dizer. Querer sempre fazer um pouquinho mais, um pouquinho melhor e também um pouquinho de tudo — e essa constante cobrança é exaustiva.

Ter objetivos e ser uma pessoa focada é excelente, mas o corpo e a mente precisam de um descanso eventualmente. Eu tenho mantido as engrenagens da máquina funcionando por vários anos seguidos, sem parar, e tudo o que sinto agora é exaustão. Quando é que eu vou parar de me cobrar tanto e simplesmente aproveitar o momento? Quando é que eu vou conseguir não me culpar por não ser de ferro? Aceitar que eu também preciso de um tempo para recarregar as baterias e reorganizar a cabeça?

Não ser produtiva o tempo inteiro me deixa com peso na consciência, como se isso fosse uma perda de tempo e desperdício de recursos. Ao mesmo tempo, saber que eu tenho chances de fracassar ao fazer uma certa coisa também me incomoda. Transitar entre esses extremos consome toda a minha energia e me joga dentro de um limbo. Eu preciso produzir, agir, fazer e acontecer. Ao mesmo tempo, eu preciso parar, relaxar e aproveitar os simples momentos da vida. E então, por onde continuar?

Além dessa exigência absurda, minhas expectativas são tão altas quanto arranha-céus. E, como dizem, o tombo também é bem maior. Quando as metas são alcançadas, o esforço vale em dobro. Quando não são, a animação despenca ladeira a baixo. Muitas vezes, a auto-sabotagem pode ser uma opção aceitável para evitar decepções e aquela horrenda sensação de derrota. Se você não der o primeiro passo, também não corre o risco de se machucar.

No entanto, a bola de neve não ajuda muito. Às vezes você está por cima, às vezes está por baixo, mas você continua girando o tempo inteiro. Por oras, em piloto automático. As expectativas são grandes, a cobrança é intensa e a ansiedade é o que, geralmente, me faz perder um pouco da sanidade.

Qual é o limite? Até onde é saudável ser tão rígida consigo mesma? Tão crítica? Até quando eu vou deixar essa insegurança falar mais alto? Eu não sou perfeita e não preciso ser. Afinal de contas, esse nunca foi o meu objetivo. No entanto, ser tão regrada e meticulosa me impede de ser mais espontânea e deixar a vida correr o seu próprio rumo. Isso precisa mudar.

Cobranças e Expectativas

Vou começar por exigir menos, ser mais aberta ao inesperado e aceitar os defeitos e surpresas que tornam momentos, pessoas e situações especiais e únicas. Eu sei que não será uma tarefa fácil para mim, mas eu estou disposta a tentar. Afinal, não tem sido fácil por algum tempo e mais uma parcela de dificuldade não vai me quebrar.

Cobrar menos, sorrir mais. Esperar menos, aproveitar mais. Sofrer menos, celebrar mais. Ser menos dura, ser mais instintiva. Ser menos inflexível, ser mais acessível. Ser menos obesessiva, ser mais expansiva. Ser menos controlada, ser mais livre.

4 Comentários

  • Adriel Christian

    oiê!

    me identifiquei tanto com o teu texto, Fê. vivo essa mesma situação e nem vou culpar o nosso signo, porque né… diariamente eu vivo me cobrando muito, pensando que não estou sendo produtivo e bla bla bla. quando vou olhar na agenda, fiz tanta coisa que meu corpo só pede repouso.

    acredito que o caminho pra melhorarmos é justamente pararmos com as cobranças e vivermos um dia de cada vez. ter metas é legal, mas se cobrar demais pra cumpri-las é exaustivo. sanidade mental sempre! <3

    bjs!

    • Fernanda N

      Oie, Adriel! Então, eu ia começar o post falando sobre o fato de eu ser virginiana, mas acabei voltando atrás e optei falar de forma mais genérica sobre a minha personalidade, sem citar qualquer tipo de convenção astrológica… Hehehe! Mas, querendo ou não, é um mal do nosso signo, né? Vamos tentar acalmar os nervos (e os ânimos) e viver momento após momento, sem ansiar pelo “lá na frente”. Enfim, fico me sentindo mais “normal” ao saber que não sou a única a me sentir assim — e, como sempre, nós temos mais isso em comum… Boa sorte com as cobranças e expectativas por aí. Por aqui é ainda um pouco complicado para mim, porque eu só posso contar comigo mesma nessa aventura de me estabilizar no exterior, então não posso me dar o luxo de dar pause na vida para reorganizar os miolos e recuperar um pouco da energia… Mas vou tentar! Beijos, beijos! <3

  • Chell

    “Não ser produtiva o tempo inteiro me deixa com peso na consciência”
    minha vida, meu clube rssss muita terapia pra parar de fazer isso comigo.

    Boa sorte =D Vai dar tudo certo!
    Seja mais gentil com vc!

    • Fernanda N

      Oi, Chell! Bom saber que eu não sou a única que pena com isso… Mas eu já estou mudando o meu jeito de pensar e tentando dar uma folga a mim mesma, pois a rotina tem sido bem corrida por aqui e eu estou fazendo o melhor que eu posso. No final, vai dar tudo certo… Eu acredito! Beijos e bom restinho de semana para você! 🙂

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